sábado, 27 de fevereiro de 2010

Equipe da COOPAPI e COOAFAP com a Prefeita e o Secretário de Agricultura


APODI – A prefeita de Apodi, professora Goreti da Silveira Pinto (PMDB) oficializou na Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos do Município, a doação de dois terrenos de 1/2 hectare cada um na região do Vale do Apodi, com objetivo de fomentar a produção de castanhas e arroz vermelho no município.

O anúncio foi feito diante de membros de associações rurais, Ongs, produtores rurais dentre outras autoridades. O terreno está localizado ao lado da Secretaria de Agricultura do Município na Fazenda Santana no Bairro Cruz de Alma.
Os terrenos serão doados para AMPC Associação dos Mini-Produtores de Córrego e Sítios Reunidos associado à COPAPE e a Associação dos Produtores de Arroz Vale do Apodi.

Segundo o secretário de Agricultura, Eron Costa, os terrenos doados pela Prefeitura do Apodi vêm somar aos esforça da mesma em fomentar os negócios no município. “Com a construção destas duas empresas de porte médio em nosso município vamos agregar valores aos nossos produtos criando mais empregos e valorizando a nossa agricultura, o momento é de criar trabalho e geração de renda para que possamos dar dignidade ao produtor rural”, disse o secretário.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Arroz do Vale do Apodi, Francisco Antonio Gama, com sede na comunidade do Trapiá 01, composta de 50 produtores, a doação do terreno veio na hora certa. “Com esse terreno doado pela prefeita Goreti Silveira Pinto, e através do Programa de Desenvolvimento Solidário PDS, vamos construir a nossa beneficiadora, aumentando a nossa produção que hoje é três mil quilos mês, e também os nossos lucros. Beneficiando a nossa produção vamos agregar mais valor e qualidade aos nossos produtos que é todo vendido para a CONABE”.Para a construção da beneficiadora a associação recebeu R$ 89 mil reais do Programa de Desenvolvimento Solidário.

Já o representante da Associação dos Mini-Produtores de Córrego e Sítios Reunidos, Reginaldo Câmara da Costa com 143 associados, o terreno será importante, pois com a construção do prédio e o maquinário obtido com financiamentos pela Fundação do Banco do Brasil de R$ 500 mil reais, haverá um grande aumento no beneficiamento de castanhas de caju em toda a região. “Após a conclusão do prédio e aquisição do maquinário vamos poder realizar a classificação das amêndoas, já que, as castanhas vêm sendo beneficiadas pelas associações pelas mini-fabricas, assim iremos selecionar, classificar, embalar obtendo uma padronização uma melhor padronização das amêndoas e com isso agregar valor ao produto”. Explicou o Sr. Reginaldo da Costa

A prefeita Goreti Silveira Pinto, destacou ao anunciar a doação dos dois terrenos que é importante manter parcerias estratégicas com as associações de produtores rurais do município. “É muito bom quando o Executivo pode ajudar entidades como a Associação dos Mini-Produtores de Córrego e Sítios Reunidos e Associação dos Produtores de Arroz do Vale do Apodi, têm certeza que quem vai ganhar com essa parceria será a nossa cidade que esta caminhando para o desenvolvimento”, comentou a prefeita.

Fonte: ASCOM

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sócio da COOPAPI é eleito Novo Presidente da FETARN


O 8º Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Norte, realizado de 23 a 25 de fevereiro, em São José de Mipibu, contou com a participação de 500 pessoas, sendo mais de 400 delegadas e delegados inscritos(as), além do presidente e da vice-presidente da Contag, Alberto Broch e Alessandra Lunas. A novidade foi a grande participação de mulheres, 48%. O evento também foi palco de definição das estratégias de trabalho e da eleição da nova diretoria da Fetarn.

Uma das principais deliberações aprovadas pelos delegados e pelas delegadas foi a criação da Secretaria de Meio Ambiente e a transformação das Coordenações Estaduais de Mulheres, Jovens e Terceira Idade em secretarias. O atual presidente da Fetarn, Manoel Cândido da Costa, disse que outras questões aprovadas dizem respeito à reforma agrária, ao crédito fundiário, à educação do campo e ao Programa Minha Casa Minha Vida. “O congresso foi tranquilo, com boa participação da base. Com certeza, foi um momento bom para o estado e para o movimento sindical nacional”, avaliou.

No último dia do encontro foi realizada a eleição da diretoria para o próximo quadriênio. Com o registro de apenas uma chapa, o presidente eleito é Ambrósio Lins do Nascimento, atual tesoureiro geral da entidade. “Logo depois do congresso o primeiro trabalho será o planejamento, onde a gente vai tirar as metas para os quatro anos.”

Desejamos muito sucesso na nova função de Seu Ambrósio como representante dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de nosso estado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PREVISÃO DE INVERNO ABAIXO DA MÉDIA PARA O SEMIARIDO DA REGIÃO NORDESTE

Meteorologistas dos centros de previsão do tempo, dos estados da região Nordeste, do CPTEC/INPE, e Inmet, chegaram a conclusão de que o inverno este ano, para o semiárido nordestino, vai ser com volume de chuvas abaixo da média. A conclusão foi durante a realizacão da terceira Reunião de Análise e Previsão Climática, que aconteceu nos dias 18 e 19 de fevereiro, Em Natal/RN.

No Rio Grande do Norte, 93% de seu território é semiárido, daí a importância e a grande expectativa de como vai ser o próximo inverno na região. Nos dois últimos anos, em todo o estado foram registradas chuvas acima da média, cerca de 40% acima do normal, o que provocou danos sociais e econômicos, principalmente na região do Vale do Assu, já que muitas pessoas perderam casas, lavouras foram tomadas pela água, estradas foram destruídas e açudes de pequeno porte, não suportaram tanta água e tiveram suas paredes levadas pela água. E mesmo que essa última previsão seja de um inverno não tão rigoroso, a situação ainda é preocupante porque a maioria dos reservatórios ainda estão com cerca de 70% de toda a sua capacidade total de armazenamento de água.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

UNICAFES/RN EM PARCERIA COM COOPAPI, COOAFAP E CREDIOESTE-SOL REALIZAM PRIMEIRO MÓDULO DO CURSO " ESTRATÉGIAS DO COOPERATIVISMO".

Educador Clébson dando as boas vindas aos particiantes
Mesa composta por autoridades representando as cooperativas e parceiros
Presidente da UNICAFES/RN Lenilda fazendo seu pronunciamento
Turma de educandos do PLANSEQ/ECOSOL
Representante da CREDIOESTE - SOL Ruberlânio apresentando a experiência da Cooperativa
Presidente da COOPAPI Fatima apresentando a experiência da Cooperativa
Apresentação dos grupos de trabalho
Mais grupos de trabalho
Grupos de trabalho novamente
Hora de relaxar com as dinâmicas
A turma se solta neste momento
Hora da reflexão biblica
Momento de apresentação dos resultados
Momento de apresentação dos resultados II
Grupos compenetrados nos estudos
Hora de matar a fome
Recebemos a visita de um importante parceiro da Fundação Banco do Brasil Paulo Chacon

O projeto é uma conquista da UNICAFES/Nacional, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em parceria com Fórum Brasileiro de Economia Solidária, SINE, PNQ e FAT e é operacionalizado pela UNICAFES/RN e visa através de 08 módulos proporcionar formação sobre cooperativismo solidário a uma turma composta por 26 lideranças da COOPAPI, COOAFAP e CREDIOESTE-SOL, o referido curso tem como tema “ estratégias do cooperativismo” e na oportunidade tivemos o I – modulo, com o a seguinte temática: Formação da mesa com representante da COOPAPI, COOAFAP, CREDIOESTE-SOL, presidente da UNICAFES/RN Maria Lenilda e Secretaria de formação da UNICAFES/RN Fátima Tôrres, a tesoureira da COOAFAP/Janes e Cícero agrônomo/BSC-COOPAPI, Apresentação do projeto político pedagógico do PLANSEQ, apresentação da UNICAFES/Nacional, apresentação da UNICAFES/RN com a presidente Lenilda, história do cooperativismo no mundo, no Brasil, no Nordeste e em Apodi, com apresentação da experiência da COOPAPI e CREDIOESTE-SOL.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

POLÊMICA SOBRE A ATUALIZAÇÃO DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE DA AGROPECUÁRIA

Se a agropecuária brasileira é, como tem sido alardeado amplamente pelos porta-vozes do agronegócio, um exemplo de modernização tecnológica, transformando solos antes considerados inférteis em áreas de altíssima produtividade, porque tantos protestos contra a atualização dos índices?

Em agosto de 2009, chegou à mídia mais uma rodada de discussões sobre a necessidade atualizar os índices de produtividade da agricultura brasileira. O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, com o apoio do chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luis Dulci, anunciou que a medida seria tomada em breve. Na ocasião, o ministro declarou que os novos índices eram “confortáveis para quem produzia na média regional” e deu alguns exemplos de áreas, reconhecidas como de domínio do agronegócio, que estariam abaixo dos valores efetivamente atingidos em safras anteriores. O ano findou, mas os índices não foram atualizados.
O tema não é novo. Os índices atualmente vigentes, calculados a partir do grau de utilização e de exploração econômica da terra, baseiam-se em números fornecidos pelo Censo Agropecuário de 1975, quando a modernização da agricultura e da pecuária brasileira dava seus primeiros passos. De lá para cá, essas atividades incorporaram muita tecnologia, tanto mecânica quanto química, além de avançarem no terreno das biotecnologias. No entanto, os índices nunca foram recalculados.

Em 2003, o MDA iniciou estudos para que fosse possível essa atualização. Para que os novos valores passem a vigorar, é necessária a oficialização, feita por meio de uma portaria interministerial, que deve ser assinada tanto pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário quanto pelo da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Quando o estudo feito pelo MDA foi enviado para análise do Ministério da Agricultura, então dirigido por Roberto Rodrigues, este argumentou sobre a necessidade de novos estudos técnicos. Às vésperas das eleições presidenciais, em 2006, o governo decidiu não tocar mais no assunto, uma vez que logo se evidenciou que a medida proposta tinha um enorme potencial de gerar tensões. Decorridos dois anos do segundo mandato do presidente Lula, cresceu a pressão dos movimentos sociais (principalmente MST, mas também Contag), novos estudos foram feitos, e o governo, mais uma vez, anunciou, em meados de 2009, que iria atualizar os índices.

Como era de se esperar, a necessidade e a pertinência da atualização foi imediatamente contestada pela Frente Parlamentar da Agropecuária, conhecida como Bancada Ruralista, por meio de seu coordenador, deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). Segundo ele, a atualização era um ato arbitrário, que contrariava os interesses do agronegócio brasileiro, notadamente daqueles que realmente produzem. O deputado afirmou ainda que, às vésperas do plantio de uma nova safra, o campo precisava de paz e tranquilidade. Faz parte dos argumentos sempre utilizados pela Frente a afirmação de que os produtores rurais vivem em dificuldades: pressão da legislação ambiental, dívidas, dificuldades de fechamento de contas em decorrência da política econômica e cambial, que penaliza o setor. Além disso, segundo o deputado Micheletto, o setor foi responsável, no primeiro semestre de 2009, por 26,46% do PIB nacional, 42% do total das exportações e 40,23% dos empregos gerados no país.

As declarações do deputado, na ocasião, foram marcadas por um tom de ameaça velada, típico dos discursos antirreformistas dos anos 1960, de meados dos anos 1980, por ocasião do debate sobre a Proposta do Plano Nacional de Reforma Agrária da Nova República e também das discussões sobre reforma agrária no início do governo Lula: “Caso essa inoportuna e perturbadora medida seja adotada, os agricultores não terão mais condições de continuar produzindo com tranquilidade neste país, surgindo daí um estado de calamidade. Tudo isso é lamentável, mas a FPA, esta bancada numerosa e articulada, formada por deputados e senadores de todas as correntes de opinião, não ficará jamais numa atitude apenas contemplativa diante dessa provocação e afronta aos produtores rurais” (www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=53358, 20/08/2009, grifos meus).

À mesma época, a senadora Kátia Abreu, presidente da influente Confederação Nacional da Agricultura, também saiu em defesa de suas bases, com algumas alegações interessantes para se pensar o significado político dos índices de produtividade. Além de considerar a medida um ataque à livre iniciativa, ela costurou argumentos que iam desde a pressão da política ambiental sobre os agricultores até a velha tese de que o governo tem muita terra pública que poderia ser direcionada para a reforma agrária. Trouxe ainda de volta argumentos em torno da importância do uso do Banco da Terra e da legislação que permite a compra de terras para fazer reforma agrária (www.agrosoft.org.br, 22/08/2009).

Desde então foram realizadas algumas audiências públicas no Senado, nas quais os que defendem a revisão afirmam que, em várias regiões do país, a produção atual está bem acima dos índices a serem fixados. Por outro lado, os que são contra alegam que a atualização geraria uma enorme insegurança e uma inédita crise de produção.

O debate se intensificou ao longo do segundo semestre de 2009 e o Ministro Stephanes disse publicamente que não assinaria a portaria. De fato, o ano findou e ela não foi assinada, mostrando a força e grande poder de veto do Ministério da Agricultura. Como o ano de 2010 é eleitoral, dificilmente uma medida tão polêmica entraria em pauta (como já não entrara em 2006).
Cabe perguntar: afinal o que está em jogo numa portaria interministerial, ou seja, um documento que sequer tem o estatuto de lei, não passa pelo Congresso Nacional e tem sustentação legal (a lei nº 8.629 de 1993, conhecida como Lei Agrária, prevê a atualização)? Por que essa portaria atrai tanta oposição e ira?

Um primeiro passo para entender essa polêmica é revisitar a discussão que vem marcando o cenário político brasileiro (e latino-americano) desde há muito: a ligação entre uso da terra/desenvolvimento/reforma agrária. Nos anos 1950, generalizou-se o uso da categoria latifúndio, termo que ganhou várias conotações, principalmente a de improdutividade da terra e de atraso tecnológico, mas também de exploração do trabalho e violência. Todo a polêmica sobre a necessidade de modernização da agricultura ou sobre a necessidade de redistribuição de terras fundava-se na crítica ao latifúndio. O próprio Estatuto da Terra, de 1964, tem seu suporte básico nessa visão, propondo a empresa rural (inclusive a de caráter familiar) como o alvo a ser atingido no processo de modernização das atividades agropecuárias.

Como todos sabemos, a modernização tecnológica se fez no Brasil sem alteração da estrutura fundiária, uma das mais concentradas do mundo, e com uma extraordinária capacidade de permanência e reprodução em áreas de ocupação mais recente, como nos mostram os recém divulgados resultados do último Censo Agropecuário, realizado em 2006.

A vitalidade e a visibilidade que as lutas por terra assumiram no início dos anos 1980 recolocaram o tema da reforma agrária na pauta política, mas num contexto em que o latifúndio, no seu sentido de atraso tecnológico, estava cada vez mais perdendo relevância em favor de uma crescente empresarialização das atividades agropecuárias. Uma transformação veloz, mas que não foi capaz de modernizar essas atividades para além do uso das tecnologias de ponta e da integração sistêmica com as indústrias à montante (máquinas, insumos, sementes) e à jusante (processamento e venda), já que se manteve, por um lado, a relação predatória com o meio ambiente, a qual caracterizou por séculos nossa agricultura, e, por outro lado, a utilização também predatória da força de trabalho, como o demonstram as sucessivas denúncias que chegam à mídia sobre trabalhadores encontrados em situações extremamente precárias, análogas à da escravidão. Nesse contexto, ganha novas cores o debate sobre a relação entre reforma agrária e desenvolvimento: não se trata somente de tecnologias, mas de acesso a direitos, tanto humanos como ambientais, fundamentais.

Os debates em torno do novo ordenamento legal do país, que se realizaram após o fim do regime militar e que resultaram na Constituição de 1988, trouxeram para a nossa Carta Magna um preceito já incorporado por diversas constituições do mundo: o de que a propriedade da terra deve cumprir uma função social, uma vez que não se trata de uma mercadoria como qualquer outra. O conceito de função social adotado não continha grandes novidades: foi apropriado do Estatuto da Terra e remetia tanto à dimensão econômica da exploração, como aos aspectos trabalhista e ambiental. O seu não cumprimento implicaria numa punição: a desapropriação por interesse social. Naquele momento, no entanto, a Bancada Ruralista conseguiu incluir no texto constitucional uma cláusula que instaurou uma contradição com o conceito de função social: terras produtivas não podem ser desapropriadas. Ora, uma propriedade pode ser altamente produtiva, mas não cumprir sua função social, quando se consideram as condições de seus trabalhadores e os custos ambientais envolvidos na atividade desenvolvida. São raros até agora os casos de desapropriação de um imóvel a partir da função social. O critério da produtividade tem se sobreposto, inclusive nos processos judiciais.

No que se refere aos aspectos fundiários, a regulamentação da Constituição de 1988 foi feita por meio da Lei Agrária de 1993, que considera propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente. Segundo essa lei, os índices precisam ser atualizados periodicamente.

Se a agropecuária brasileira é, como tem sido alardeado amplamente pelos porta-vozes do agronegócio, um exemplo de modernização tecnológica, transformando solos antes considerados inférteis em áreas de altíssima produtividade, porque tantos protestos contra a atualização dos índices? À primeira vista parece uma contradição. Certamente, trata-se de um tema para uma pesquisa criteriosa, em diferentes regiões do país.

Todavia, há alguns argumentos dos setores empresariais rurais e seus representantes que podem fornecer pistas interessantes para entender tal oposição ao cumprimento do que estabelece a Lei Agrária. Um deles é a tese de que as próprias leis de mercado têm se encarregado de expropriar os produtores ineficientes e, portanto, a presença reguladora do Estado seria supérflua. Esse argumento aparece, por exemplo, numa carta de 22 de setembro de 2009, assinada por Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e Presidente do Conselho Superior do Agronegócio dessa importante entidade empresarial paulista.

Segundo eles, “o assunto tornou-se anacrônico, porque foi conceitualmente superado pela história e pela importância dos fatos, que aí estão para condenar a pretendida revisão dos índices de produtividade da agropecuária brasileira” (www.sindiracoes.org.br/index.php).

A medida é condenada também por ser considerada autoritária e atentatória contra o direito de propriedade e liberdade empresarial. Para os que assim argumentam, a definição constitucional de que a terra tem função social é um equívoco. Não faltam os que dizem que ninguém desapropria uma fábrica porque ela não é produtiva.

Compreender as alegações do setor, indo um pouco além dos argumentos que aparecem na imprensa, implica em incorporar à análise a própria lógica da expansão dessa agricultura moderna e empresarial.

A dinâmica da expansão da agropecuária brasileira, cerne do agronegócio, se faz num movimento complexo que tem, de um lado, as terras em produção com, ao que tudo indica, altos índices de produtividade. De outro, terras que estão sendo adquiridas, quer de produtores em crise que vendem sua propriedade para comprar terras mais baratas adiante, quer terras de pecuária, já deflorestadas, “limpas” e prontas para a reconversão produtiva. Trata-se um movimento constante, que envolve tanto a recorrente fracasso de alguns, quanto a prosperidade de outros. Esse movimento tem como um elemento de sua dinâmica a busca de novas áreas para serem incorporadas, mas que não necessariamente são colocadas de imediato em produção. Daí deriva a pressão sobre áreas de florestas, a luta por um afrouxamento nas regras de desmatamento, a crítica à delimitação de reservas indígenas e a oposição à atualização dos índices.

Atentando para essa dinâmica e não para esta ou aquela propriedade, observando os movimentos do mercado de terras em todo o país (que vêm atraindo investimentos de capitais nacionais e estrangeiros), talvez se possa entender melhor por que uma atualização de índices de produtividade, que parece tão simples, é capaz de despertar tanta celeuma. Terras improdutivas ou produzindo pouco fazem parte das necessidades criadas pela expansão das atividades empresariais. Transformá-las em áreas passíveis de desapropriação, com a possibilidade de se transformarem em assentamentos, significa subtraí-las do mercado e excluí-las do cerne desse circuito de reprodução.

Leonilde Medeiros

é Professora do CPDA/UFRRJ, pesquisadora do CNPq, da Faperj e do Observatório de Políticas Públicas para a Agricultura (OPPA).

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ESPECIALISTAS DISCUTEM NOVO DESENVOLVIMENTO RURAL


Um novo desenvolvimento rural pode ser alcançado por meio do fortalecimento da economia da agricultura familiar, da redistribuição do acesso ao conhecimento e de políticas públicas que estimulem os indivíduos a transformarem o mundo em que vivem. Esses foram alguns dos apontamentos enfatizados durante o seminário “Novo Desenvolvimento Rural”, promovido nesta terça-feira (9), em Brasília, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

“O que estamos buscando e produzindo nesses oito anos do governo Lula, em especial no MDA e no Incra, é ressignificar o rural brasileiro como política pública. A valorização da reforma agrária, o crédito, a assistência técnica, o seguro, a comercialização, o desenvolvimento territorial, os temas relacionados às populações tradicionais e à questão de gênero, tiveram e têm como objetivo fortalecer, valorizar e ressignificar o meio rural para a sociedade brasileira”, destacou Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário, na abertura do evento.

Debates

As mesas-redondas do Seminário foram organizadas com a intenção de provocar correlações entre aspectos diferentes do desenvolvimento agrário e rural. A relação entre os modelos de desenvolvimento rural e nacional foi discutida com a participação de Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e Carlos Henrique Árabe, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Já a conexão entre a atividade econômica – a agropecuária – e a dimensão do território e da cidadania foi abordada pelo pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Renato Maluf, e pelo coordenador do Programa Terra Legal/MDA, Carlos Guedes.

A terceira mesa tratou da dimensão propriamente política do novo desenvolvimento rural, discutindo quais estratégias e tipos de política ele pressupõe. Participaram Reginaldo Moraes, pesquisador da Unicamp, e o coordenador-geral do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD/MDA), Joaquim Soriano.
“Um novo modelo de desenvolvimento deve redistribuir não só renda e riqueza, mas também ativos estratégicos, como conhecimento. Uma boa política pública deve ser desenhada de modo tal que os receptores dos benefícios se transformem em agentes, e que os benefícios se transformem em direitos que engendram direitos ou que levem os indivíduos a reivindicarem direitos”, argumentou Reginaldo Moraes.
Ele complementa que desenhar políticas com esse perfil significa colocar nelas estímulos para que os indivíduos trabalhem juntos. É a ação coletiva e a integração popular naquilo que se chama consumo de produção de informações, idéias, sentimentos”, concluiu.

FONTE: MDA

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

AGRICULTORES FAMILIARES PARTICIPAM DA BIOFACH 2010

Pelo oitavo ano consecutivo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apóia a participação de agricultores familiares na BioFach, a maior feira de negócios do setor orgânico internacional. Ela será realizada na cidade de Nuremberg, na Alemanha, de 17 a 20 de fevereiro deste ano.

Agora em 2010, foram selecionados 15 empreendimentos (Veja lista no anexo) de quatro biomas e 11 estados do Brasil, que poderão abrir as portas para a comercialização de seus produtos no mercado internacional, gerando negócios para 2.237 famílias de agricultores.

Produtos como açúcar mascavo, rapadura, café, castanha-do-brasil, cacau em amêndoas, óleo de coco de babaçu, soja, erva-mate, arroz agulhinha, cachaça, doces e geléias são alguns dos produtos que serão negociados pelos empreendimentos dos agricultores. Todos os produtos orgânicos brasileiros presentes na BioFach têm certificação reconhecida na Comunidade Européia.

O Ministério será representado pelo diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, Arnoldo de Campos. “É uma oportunidade muito grande para a agricultura familiar vender parte da sua produção, gerando renda e trabalho para estas famílias. Além disso, é um espaço de aprendizado, de troca de experiências. Você vê o que os outros países estão fazendo”, diz.

Arnoldo destaca que o mercado de orgânicos está em crescimento em todo o mundo. “Hoje, o comércio de orgânicos vem crescendo e substituindo o produto convencional. Mesmo que o consumidor esteja retraído, sempre que pode, acaba trocando o produto convencional pelo produto orgânico, porque isso é uma questão de saúde, uma questão ambiental”, afirma.

Oportunidades

Para a representante da Cooperativa dos Beneficiadores Artesanais de Castanha de Caju do Rio Grande do Norte (Coopercaju), Rafaela Borges, participar de uma feira fora do Brasil é uma boa oportunidade para conhecer o mercado externo. A Cooperativa, situada na região da Serra do Mel, no Nordeste brasileiro, participará pela segunda vez da BioFach. “Hoje a gente está entrando em uma grande rede de supermercados na Itália”, conta.

Já a Cooperativa dos Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua (Coocaram), de Rondônia, fará sua estréia na feira. O representante da Cooperativa, Leandro Martins, espera aumentar a comercialização de café com a participação na BioFach 2010. Segundo ele, participar da feira contribuirá para a melhor remuneração do agricultor familiar. “Nós produzimos um produto de excelente qualidade, mas que a gente acaba comercializando no mercado interno por um preço que não agrega muito valor”, diz.

Desde 2003, o MDA já apoiou a participação de 40 cooperativas e associações de agricultores familiares de 15 estados brasileiros, o que propiciou negócios da ordem de U$ 16 milhões para cerca de 15 mil famílias.

FONTE: MDA

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PROGRAMA CORTE DE TERRA DE APODI ATENDERA A 2.500 PRODUTORES RURAIS

APODI – A Prefeitura Municipal de Apodi via Secretaria de Agricultura Irrigação, vem desenvolvendo o Programa Corte de Terra que tem por objetivo atender ao pequenoprodutor rural em uma das suas necessidades básicas, o preparo do solo.

Para isso, a Secretaria de Agricultura e Irrigação está oferecendo mais de 2.000 horas de trabalho de trator que atendera a pequenos produtores rurais de todo o território apodienses que sejam associados a Centro Comunitários ou Associações de Agricultores como também agricultores que não faz parte de entidades. Cada família ou produtor rural será atendido com uma 1hora de trabalho de trator para preparar o solo.

O projeto envolve 75 associações de produtores rurais parceiras com a Prefeitura do Apodi. O programa na região vem servido como modelo para outras prefeituras.

De acordo com o secretario de Agricultura, Eron Costa, estimativa que a área a ser cortada/plantada: 2.500 hectares e os recursos aplicados são da ordem de mais de R$ 100 mil reais.

Já através do Programa Terra Pronta mantido pela Prefeitura do Apodi e Petrobrás sendo que a Pet obras faz a doação do Doação de Óleo Diesel para que as 14 associações executem o corte de terra com sua maquinas. O Terra Pronta atende a 500 famílias e os recursos aplicados são da ordem de R$ 30 mil reais.
Os beneficiados com os programas de corte de terra receberão segundo o secretário Eron Costa assistência técnica e orientação visando uma melhor produtividade no campo.

Encravado no Médio Oeste Potiguar, o município de Apodi considerado como grande produtor de milho, feijão, arroz, mel de abelha, castanha de caju dentre vários outros produtos que tem ajudado a fortalecer a agricultura familiar do município que inclusive recentemente foi destaque em reportagem especial da Revista Prefeitos & Gestão.

Desde que assumiu a Prefeitura do Apodi, a prefeita, Goreti Silveira Pinto (PMDB), vem mantendo uma política de valorização ao homem do campo e atendido aos pleitos dos que atuam na Agricultura Familiar, assentados dos Assentamentos Rurais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA na Chapada do Apodi.

A solenidade de lançamento do Programa Corte de Terras de Apodi 2010 acontece neste sábado as 09:00 na Casa de Cultura Popular. O evento contara com a presença da prefeita, Goreti Silveira Pinto, Secretário da Agricultura, Eron Costa, vereadores, secretários, assessores, lideres comunitários, presidentes de associações, assentamentos rurais, lideres sindicais e representantes de vários outros segmentos organizados da sociedade apodiense.

SEMENTES – Os produtores rurais de Apodi também serão contemplados com o Programa de Distribuição de Sementes que a Prefeitura de Apodi em parceria com o governo do Estado via Ematern e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Estará distribuindo nos próximos dias as sementes que serão utilizadas nos banco de sementes nas comunidades rurais do município. Ao todo será Milho tipo Cruzeta 2.740 Kg, Feijão Brs Potiguar 2.740 kg, Sorgo Ponta negra 1.100 kg.

As comunidades que receberão as sementes são:

• Água Fria e Baixa Fechada 01 e 02
• Bambural e Boa Esperança
• Melancia e Assentamento Laje do Meio
• Sitio Córrego e Assentamento Milagre
• Pitombeira e Assentamento Paraíso
• Santa Cruz e Assentamento Nova Descoberta
• Assentamento Moacir Lucena
• Sororoca e Sitio Trapiá
• Assentamento Portal da Chapada e Assentamento Cruzeiro

Fonte: ASCOM APODI

JOVENS DO CÓRREGO PARTICIPAM DE CAPACITAÇÃO

Caubí Torres, Izadora SIlva e Genário de Sousa estão desde hoje até o dia 10 de fevereiro de 2010 participando de 01 capacitação sobre o MIDEB, em Luziânia - GO, há 40 quilômetros de Brasília - DF.

O Modelo de Inclusão Digital para Empreendimentos Produtivos – MIDEP. Esse modelo é focado na eficácia dos investimentos sociais, buscando a viabilidade econômica e a participação efetiva dos cidadãos e principalmente dos jovens nos empreendimentos.

Os eixos norteadores do MIDEP são a integração estratégica das ações, a capacitação como instrumento de otimização do processo de gestão e as iniciativas de produções socioculturais como meio de sensibilizar a juventude local para o comprometimento com os empreendimentos.

A capacitação é o pilar principal do modelo. A metodologia usada na capacitação tem como referencial o estudo da realidade local onde está inserido o projeto, a partir de uma abordagem centrada na pessoa. Ao trabalhar os conteúdos técnicos, pedagógicos e de gestão, a abordagem construtivista cria as condições para a apropriação dos procedimentos, ferramentas e técnicas que auxiliam na tomada de decisões no processo de gerenciamento do negócio e ao mesmo tempo permite aumento do capital intelectual. Três pessoas ligadas ao empreendimento produtivo participam da capacitação: dois educadores sociais, um assistente técnico do empreendimento.

O MIDEP é estruturado em três ambientes:

Estação Digital – espaço público de ensino e profissionalização, voltado para a difusão do acesso ao conhecimento científico e tecnológico, conhecimentos práticos na área de serviços técnicos, além da articulação de conhecimentos tecnológicos na área de processos produtivos. Deve ter, no mínimo, 20 m² e dois educadores sociais deverão participar da capacitação para atuar na Estação Digital.

Estação Multiuso – destinada a capacitação dos cooperados, à discussão dos rumos estratégicos do empreendimento e à realização de iniciativas socioculturais voltadas para o público jovem ligado ao empreendimento. Deve ter, no mínimo, 15 m². Os dois educadores sociais atuarão também na Estação Multiuso.

Estação Administrativa - ambiente projetado exclusivamente para atender as necessidades da utilização de recursos tecnológicas de informação e comunicação dos empreendimentos produtivos. Deve ter, no mínimo, 4 m². Um assistente técnico deverá participar da capacitação para atuar na Estação Administrativa.

Critérios de Seleção de Entidades para o MIDEP

• Estar Instalada em comunidade que já possua iniciativa de geração de renda em andamento com a Fundação.

* Possuir espaço físico adequado para a instalação dos 03 módulos: Estação Digital, Estação Multiuso e Estação Administrativa.

* Reunir condições de segurança para a guarda e uso dos equipamentos. A Fundação aportará recursos de seu orçamento para viabilizar os projetos.

* O local deve ser dotado de características físicas que permitam a sua utilização por pessoas portadoras de deficiências.

* Possuir opção de conexão à internet na localidade.

* Contar com o envolvimento da comunidade no empreendimento.

* Ter, além de um gestor, um funcionário que exerça as atividades de Assistente Técnico Administrativo há, pelo menos, um ano na instituição.

Fonte: site da COOPAPI

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

COOPAPI, BSC E AMPC ACOMPANHAM CRIAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO EM MIRANDAS

Presidente da AMPC Reginaldo comanda a votação em Mirandas
Fátima/COOPAPI, Zilma/COOPAPI e Benedito/Estagiário da COOPAPI.
Dependências da Mini-fabrica lotada
Destaque para a participação em maior número das mulheres
Composição da diretoria

Nesta ultima Terça Feira a Comunidade de Mirandas viveu um momento ímpar em sua história: a criação da Associação das Agricultoras e Agricultores familiares de Mirandas, a criação dessa entidade é um grande marco na história dessa comunidade, a associação já nasce fortalecida pois a comunidade é beneficiada com o projeto das Mini fabricas da Fundação Banco do Brasil e tem uma excelente produção de castanha, a COOPAPI, BSC e AMPC já fazem um trabalho de articulação e comercialização das amêndoas beneficiadas pela Mini Fabrica, no entanto com a criação da associação haverá uma intensificação nesse trabalho e com associação constituídas o objetivo é buscar projetos para ampliar os horizontes de desenvolvimento da comunidade.
A criação da associação foi articulada pela COOPAPI, BSC e AMPC e a comunidade de Mirandas.
Parabéns a comunidade e sorte nesta nova empreitada. 
COOPAPI e BSC.