Um novo desenvolvimento rural pode ser alcançado por meio do fortalecimento da economia da agricultura familiar, da redistribuição do acesso ao conhecimento e de políticas públicas que estimulem os indivíduos a transformarem o mundo em que vivem. Esses foram alguns dos apontamentos enfatizados durante o seminário “Novo Desenvolvimento Rural”, promovido nesta terça-feira (9), em Brasília, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
“O que estamos buscando e produzindo nesses oito anos do governo Lula, em especial no MDA e no Incra, é ressignificar o rural brasileiro como política pública. A valorização da reforma agrária, o crédito, a assistência técnica, o seguro, a comercialização, o desenvolvimento territorial, os temas relacionados às populações tradicionais e à questão de gênero, tiveram e têm como objetivo fortalecer, valorizar e ressignificar o meio rural para a sociedade brasileira”, destacou Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário, na abertura do evento.
Debates
As mesas-redondas do Seminário foram organizadas com a intenção de provocar correlações entre aspectos diferentes do desenvolvimento agrário e rural. A relação entre os modelos de desenvolvimento rural e nacional foi discutida com a participação de Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e Carlos Henrique Árabe, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Já a conexão entre a atividade econômica – a agropecuária – e a dimensão do território e da cidadania foi abordada pelo pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Renato Maluf, e pelo coordenador do Programa Terra Legal/MDA, Carlos Guedes.
A terceira mesa tratou da dimensão propriamente política do novo desenvolvimento rural, discutindo quais estratégias e tipos de política ele pressupõe. Participaram Reginaldo Moraes, pesquisador da Unicamp, e o coordenador-geral do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD/MDA), Joaquim Soriano.
“Um novo modelo de desenvolvimento deve redistribuir não só renda e riqueza, mas também ativos estratégicos, como conhecimento. Uma boa política pública deve ser desenhada de modo tal que os receptores dos benefícios se transformem em agentes, e que os benefícios se transformem em direitos que engendram direitos ou que levem os indivíduos a reivindicarem direitos”, argumentou Reginaldo Moraes.
Ele complementa que desenhar políticas com esse perfil significa colocar nelas estímulos para que os indivíduos trabalhem juntos. É a ação coletiva e a integração popular naquilo que se chama consumo de produção de informações, idéias, sentimentos”, concluiu.
FONTE: MDA
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