As famílias assentadas no Território da Cidadania do Mato Grande, no Rio Grande do Norte, integrantes do projeto do Pólo-Tilápia, ampliaram a área de comercialização e iniciaram a venda do pescado para duas grandes redes de supermercado instaladas em Natal. Elas formaram a Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar de Canudos (Coopac) e compõem o primeiro grupo de assentados do estado que vende tilápia para redes varejistas no RN.
Cooperativismo e sustentabilidade são objetivos que reúnem essas famílias moradoras de quatro assentamentos do Território da Cidadania do Mato Grande, área que abrange 15 municípios localizados entre a Caatinga e o litoral do Rio Grande do Norte. A criação e comercialização de tilápias tem destaque entre as produções dos assentamentos Rosário, Aracati, Modelo I e II. Nessas localidades, foram montados 54 viveiros que produzem, mensalmente, seis toneladas de tilápias de ótima qualidade, como conta a moradora do assentamento Rosário e presidente da (Coopac), Livânia Frizon. "Nossa produção cresceu muito nos últimos meses, além de trabalharmos com as culturas da agricultura familiar, incluindo frutas e hortaliças, e vendermos produtos para várias feiras no estado, nossa maior produção é com o pescado”, explica. Ela conta, ainda, que no dia 18 de setembro, esses assentamentos passaram a fornecer seus produtos para a rede de supermercados Extra e Rede Mais/Favoritos.
Segundo Livânia, os trabalhadores rurais do assentamento Rosário deram início, também, à experiência com a criação de camarão, paralela ao cultivo da tilápia, o que incentivará, para os assentamentos, a ampliação das vendas. Nos assentamentos com produção de tilápias, a diversificação da produção vem crescendo em razão dos incentivos financeiros e técnicos, por meio de parcerias com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP) e o Governo do Rio Grande do Norte.
Livânia Frizon explica que nas imediações dos tanques do pescado foram plantadas frutas e hortaliças, uma forma de agregar valor a produção local. De acordo com a assentada, a água fertilizada dos tanques, renovada obrigatoriamente, está sendo utilizada na irrigação das hortas e frutas. A água é rica em matéria orgânica e sais minerais, funcionando como um adubo natural para as plantas. Nos quintais das casas são plantados tomate, alface, cebola, coentro e mandioca. Ao lado dos tanques foram plantados mamoeiros e bananeiras. Cerca de 10% da água renovada, mensalmente, vai para a plantação.Todo o projeto de criação de tilápias no Rio Grande do Norte, incluindo a construção dos tanques, foi custeado com financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura.
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