terça-feira, 25 de maio de 2010

MANEJO DE CAJUEIROS EVITA CORTE IRREGULAR DE LENHA


Luciana de Oliveira

A destruição de cajueiros improdutivos ou alvo de pragas pode ser evitada através do manejo correto da planta. Em muitos casos, produtores rurais sem a devida orientação desistem da espécie e aproveitam a lenha para fins comerciais - geralmente no período de entressafra, entre outubro e fevereiro - queimando o tronco restante, deixando de aproveitar as tecnologias agrícolas para recuperar a planta e de evitar um crime ambiental.

Em Lagoa Nova, município da Serra de Santana, no Seridó, a extração da lenha do cajueiro é uma preocupação dos extensionistas rurais da Emater. Diversas palestras em escolas e associações são realizadas no sentido de propagar as orientações de manejo. Os técnicos aproveitam para fazer um alerta sobre a desertificação, que cresce na região.

Segundo o extensionista e engenheiro agrônomo do escritório de Lagoa Nova, Genilson Pinheiro Borges, a principal dica para ser levada em prática pelos produtores, no caso de dos cajueiros improdutivos, é o enxerto de material genético. O município possui cerca de três mil pequenas propriedades, sendo que 90% delas, com área até 10 hectares, retiram o cajueiro para a venda da lenha.

A substituição da copa das árvores que se encontram muito próximas umas das outras também é indicada. Diminuindo a copa, o solo livre da sombra pode ser aproveitado para outras culturas agrícolas.

Segundo Genilson Pinheiro, para realizar o enxerto o tronco deve ser cortado, deixando-o com 40 centímetros de altura do solo, em forma de “bico de gaita”. O produtor passa cal e outros produtos no que sobra da planta para evitar a incidência de pragas. Noventa dias depois, são selecionados galhos de um cajueiro anão precoce. O material é enxertado na árvore antiga, que novamente volta a florescer.

“Esse trabalho começou em 2005 quando os cajueiros da Serra de Santana foram vitimados pela praga da mosca branca”, recordou Genilson Pinheiro. Boa parte dos cajueiros da região são usados para a obtenção de lenha, fato que aumentou em 2009. De dois caminhões por dia carregando 40 metros cúbicos de madeira, hoje são facilmente observados 15 caminhões saindo da região.

“Se continuar nesse ritmo, os cajueiros gigantes vão abastecer o pólo cerâmico em até no máximo seis anos”, adverte o extensionista. No município de Lagoa Nova, existem aproximadamente 500 mil dessas árvores e, na Serra de Santana, são estimados 16 mil hectares plantados com o cajueiro.

Fonte: EMATER

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