O Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará inicia nesta semana mais um projeto de circulação por 10 municípios do Rio Grande do Norte. Trata-se do projeto “Na Calçada, de frente pra rua”, que levará o espetáculo ‘Sem Palavras’ e uma oficina, para os municípios de Apodi, Felipe Guerra, Janduís, Governador Dix-sept Rosado, Upanema, Santa Cruz, Almino Afonso, Riacho de Santana, Caraúbas e Serra do Mel. O projeto foi aprovado pela Funarte, através do edital Artes Cênicas na Rua.
Desta segunda (3) a quarta-feira (5), o projeto acontece em Felipe Guerra, com oficinas pela manhã, e apresentações do espetáculo Sem Palavras no início da noite em calçadas de residências nas comunidades do Sítio São Lourenço, Sítio Arapuá e Sítio Santana. Toda a programação chega à população de forma gratuita, com exceção de uma apresentação que o grupo faz, fora do projeto, com o espetáculo Aurora Boreal, que acontecerá na quarta-feira, em Felipe Guerra, mas que terá um preço simbólico, em local fechado. Além do patrocínio da Funarte, o grupo conta, para a realização do projeto em Felipe Guerra, com os apoios da Prefeitura Municipal de Felipe Guerra; Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e Projeto Abelhar.
EM APODI – A partir de quinta-feira (6) até o próximo sábado, o mesmo projeto será desenvolvido em Apodi, com realização de oficinas e apresentação do espetáculo Sem Palavras em calçadas de residências, sendo uma na comunidade do Córrego, outra no Sítio do Góes, e uma última na cidade. A exemplo de Felipe Guerra, Apodi poderá assistir, no último dia de projeto, o espetáculo Aurora Boreal.
SEM PALAVRAS - Espetáculo onde O Pessoal do Tarará dá prosseguimento ao seu projeto de pesquisa, em cima de uma dramaturgia do corpo, onde abre mão da linguagem verbal, sendo, para o grupo, a conclusão de uma pesquisa anterior, iniciada no espetáculo O Pulo do Gato (2009).
A montagem é feita para apresentação nos mais variados espaços, desde circos, rua, sala e até palco italiano. São vários quadros, onde O Pessoal do Tarará investe, desta vez, numa comédia com tom de desenho animado, sendo influenciado pelos desenhos do Pateta, do Tom e Jerry, e da revista em quadrinho, que pode ser percebida nos corpos dos atores.
O Pessoal do Tarará neste espetáculo abusa de seu dedicado e delicado trabalho de ator, já que tudo o que chega ao público, é produzido pelo próprio ator.
AURORA BOREAL - É um texto de Dionízio do Apodi, que atua e assina a direção do espetáculo. Um monólogo de caráter existencialista, em que a fidelidade a si mesmo é a luta mais ferrenha que o indivíduo trava. Trabalho onde O Pessoal do Tarará investe em uma dramaturgia própria, mas com o espetáculo influenciado pelo Teatro Pobre de Grotowski, e parte dele, quando o mesmo diz que “no teatro, que tudo saia do ator”. Nesta montagem o grupo experimenta isso. Não há qualquer muleta, qualquer efeito, a não ser a presença do próprio ator. “Este é um espetáculo reduzido ao seu mínimo denominador comum: um ator, uma cadeira e nada mais. Um show de performance do ator, que apresenta um bom domínio técnico em toda a escala do corpo, com ritmo sob absoluto controle, quando o ator conduz a percepção do público para o ponto onde ele deseja, criando sonoridades as mais diversas, indo da fala ao canto e a fala, executando uma partitura sonora com excelente resultado, demonstrando que o corpo do ator é mais do que um corpo civil representando algo ou alguém ou alguma coisa. Por esse caminho, o corpo é a própria obra de arte, dançando atoralmente o seu ritmo e a sua projeção no espaço”, escreveu o encenador, dramaturgo e crítico de teatro, Paulo Vieira, após assistir Aurora Boreal em João Pessoa.
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