Entrevista com Fátima Tôrres presidente da COOPAPI ao jornal TRIBUNA DO NORTE, edição do dia 05/01/2010.
No município de Apodi, famílias que trabalham com a cajucultura começam 2010 com a expectativa de passar a ter uma renda mensal de R$ 500 na entressafra da fruta, devido ao seu beneficiamento, ao contrário de anos anteriores quando os trabalhadores ficavam desocupados nesse período. Outra novidade aguardada para este ano é a viabilização de uma unidade central de beneficiamento, que permitirá atender melhor aos mercados nacional e internacional através de uma padronização na castanha potiguar. A atual safra do caju está chegando ao fim, com uma expectativa de produção de 250 toneladas de castanha apenas em Apodi, além do beneficiamento de até 180 toneladas do produto.
A presidente da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável (Coopap), Fátima Torres, explica que a unidade central de beneficiamento ficará em Apodi, reunindo operações de classificação e comercialização tanto da castanha quanto da amêndoa produzidas pelas oito minifábricas existentes no Rio Grande do Norte, visando garantir a uniformidade de qualidade e tipos do produto. “A nossa intenção é chegar a beneficiar mais de 1 milhão de toneladas de castanha”, conta Fátima.
De acordo com ela, a importância em beneficiar o produto é, principalmente, elevar valor da castanha de caju no mercado. “Um quilo de castanha in natura é comercializado a R$ 1,05. Utilizamos cinco quilos do produto na fabricação de um quilo de amêndoa, que é vendido por cerca de R$ 20”, exemplifica Fátima Torres.
A presidente da Coopap revela que durante o processo de colheita da atual safra houve dificuldade em encontrar mão-de-obra. De acordo com ela, a falta de pessoal foi preocupante pela qualidade da castanha cair drasticamente caso chovesse enquanto o produto estivesse no chão das plantações. “Resolvemos isso contratando trabalhadores que moram em municípios próximos a Apodi”, afirma.
O gestor da cajucultura no Sebrae, Lecy Gadelha Júnior, diz que a grande dificuldade dos produtores de caju, atualmente, é a comercialização por um preço justo. “Para isso, os produtores vêm se organizando em cooperativas, que possibilita a realização de compra de insumos em conjunto, além do fortalecimento no poder de negociação, com relação ao preço pelo qual o produto será comercializado”, enfatiza.
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