terça-feira, 1 de março de 2011

Breve Histórico do Cajueiro


Segundos estudiosos a origem brasileira do cajueiro é um fato; o  litoral  nordestino é tido como centro de origem e dispersão do cajueiro comum, e Amazônia  do cajueiro precoce. A planta está difundida pela América do Sul, América Central, África, Ásia; a partir de 1985 destacaram-se a Índia, Brasil, Moçambique, Tanzânia e Quênia como principais produtores de castanhas no mundo. No Brasil a  quase totalidade da produção de castanhas situa-se nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grandes do Norte.

Internamente o Brasil consome pedúnculos do fruto,  amêndoa da castanha e líquido da castanha; a comercialização da safra (1986) tem início 3 a 4 meses antes da colheita (castanha crua e pedúnculo). O Brasil exporta liquido da castanha (LCC) (quase toda a produção) e amêndoa da castanha (ACC) também quase a totalidade da sua produção. Ceará (principalmente) e Rio Grande do Norte foram os maiores exportadores.

O cajueiro é encontrado praticamente em todos os estados brasileiros, contudo adapta-se melhor às condições ecológicas do litoral do Nordeste. Existe no País uma tradição de aproveitamento do pedúnculo ou falso-fruto do cajueiro que reside na transformação em produtos variados como sucos, sorvetes, doces diversos (compota, cristalizado, ameixa, massa), licor, mel, geléias, cajuína, refrigerantes gaseificados e aguardente. Há relatos de alguns desses produtos que datam do século XVII.  

Apesar do Brasil ser o berço do cajueiro e de as missões colonizadoras encontrarem o indígena brasileiro utilizando essa espécie para diversos fins, a exploração do cajueiro com finalidade econômica, durante alguns séculos, ficou restrita ao consumo local, nas zonas produtoras. A  espécie que é cultivada principalmente nos estados do Nordeste, distinguindo-se o Ceará como o maior produtor, não teve destaque na economia nordestina, e nem mesmo na cearense, antes das quatro primeiras décadas do século XX.  

Até o início da década de 50, a produção de castanha (fruto verdadeiro) era essencialmente extrativa. As primeiras tentativas para estabelecer plantios de 7cajueiro com fins comerciais foram efetuadas no município de Pacajus, no Ceará. Nesse município, no Campo Experimental de Pacajus, então pertencente ao Ministério da Agricultura, em 1956,  o governo federal instalou uma coleção de matrizes de cajueiro para pesquisa agronômica. 

Posteriormente, a introdução de plantas de cajueiro anão precoce nesse campo  experimental, originadas de uma população natural do município cearense de Maranguape, é hoje considerada o marco histórico do melhoramento genético dessa espécie.  

O melhoramento utilizado no cajueiro anão precoce no Brasil teve início em 1965 no Campo Experimental de Pacajus. Constou de uma seleção fenotípica individual, seguida do controle anual da produção nas plantas selecionadas. Essa metodologia, embora simples e de ganhos genéticos esperados reduzidos, permitiu o lançamento comercial dos clones CCP 06 e CCP 76, em 1983, e CCP 09 e CCP 1001, em 1987, que são ainda os principais clones comerciais disponíveis.  

Fonte:  "Cajueiro Anão Precoce - Melhoramento genético: estratégias e perspectivas" - Levi de Moura Barros, João Rodrigues de Paiva e José Jaime Vasconcelos Cavalcanti (Artigo publicado na revista Biotecnologia, n. 6, 1998). 

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