A forte demanda agrícola dos países emergentes foi a tônica do segundo dia do Congresso Brasileiro de Agronomia, que está sendo realizado em Gramado, na serra gaúcha. Nesta quarta-feira pela manhã, durante a conferência "Brasil celeiro do mundo", o engenheiro agrônomo Eloí Flôres, diretor do Campus da Ulbra Guaíba, disse que o Brasil precisa estar atendo, principalmente, aos países da Ásia e da Oceania. "A China, com 1,7 bilhão de pessoas, e a Índia, com 1,3 bilhão, não podem ser desprezadas, pois este contingente de habitantes precisa se alimentar", frisou. Segundo o palestrante, o consumo agropecuário de países desenvolvidos está estagnado, o que justifica a modificação do foco brasileiro.
Zander Navarro, da assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), acredita que o Brasil será o maior país agrícola mundial nos próximos 15 anos. Justificou dizendo a taxa de produtividade média nacional é a melhor do mundo, e que o crescimento anual da safra vem do incremento no rendimento, e não do avanço da área.
Já o engenheiro agrônomo Gilberto Rocca da Cunha, da Embrapa Trigo de Passo Fundo, traçou um cenário sobre as mudanças climáticas até 2099, destacando que elas podem afetar a produtividade das lavouras e inviabilizar as perspectivas positivas do Brasil como "celeiro do mundo".
Na parte da tarde, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, apresentou a conferência "O rural e o urbano no desenvolvimento sustentável". Segundo ele, o Brasil tem tudo para dominar globalmente o processo de economia verde, pois possui agroenergia de qualidade e tecnologia sustentável. "Temos a capacidade de produzir tanto alimento como energia para o mundo", afirmou.
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