O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural esteve reunido nos dias 4 e 5 de novembro, no Rio de Janeiro, para avaliar processos apresentados para tombamento e registro de Patrimônios Cultural do Brasil que passarão a receber a proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. Foram apresentados seis processos que foram aprovados pelo Conselho, são eles: O Centro histórico de São Felix no recôncavo baiano; o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro; a paisagem natural de Santa Tereza, no Rio Grande do Sul; o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas; além do Sistema Agrícola tradicional do Rio Negro, que atende a mais de 22 povos indígenas ao longo do rio; e o tradicional ritual Yaokwa, dos povos indígenas Enawene Nawe.
O registro destes lugares e rituais agora, integra a diversidade do patrimônio cultural brasileiro. Para os povos indígenas, esse tombamento é importante dentro da sociedade que está a cada dia se desenvolvendo e com isso transgredindo em alguns momentos o limite e a cultura de alguns povos, para Renan Spessappo Coordenador Técnico Local da Funai, que acompanha diretamente a etnia Enawene Nawê, comenta que as populações ao redor da aldeia tinham conhecimento a respeito do ritual, porém agora com toda a cobertura feita pela mídia, as pessoas passam a dar mais valor “passou em jornais, isso se tornou novidade. Mas para eles é um grande prêmio, uma vitória!” o indígena Mariekeroene que esteve no Rio de Janeiro, acompanhando a reunião do Conselho fala que o próximo passo é chegar à aldeia, e explicar a toda a comunidade, sobre o que foi realizado a favor do seu povo “vou chegar e explicar tudo para comunidade. Foi tudo bom lá, para gente”. O Ritual Yaokwa é o mais longo dentro da cultura dos Enawene Nawe, no Vale do Juruena em Mato Grosso. Os índios que ficam entre uma região de transição de biomas, o cerrado e a floresta Amazônica, fazem o ritual para a manifestação do seu povo, que tenta assegurar a memória e a história coletiva. Um passado marcado pela expansão social que chegou as terras indígenas por meio da equipe jesuíta da Missão Anchieta, gerou a formação de vilarejos e cidades próximo as terras, que comprometiam os costumes indígenas.
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