quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lula utiliza Uniforja como exemplo de cooperativa

Por: Redação*  (pauta@abcdmaior.com.br)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da reunião Plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária Foto: Antonio Cruz/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da reunião Plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária Foto: Antonio Cruz/ABr

Presidente da República cita iniciativa do ABCD em discurso da reunião plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou do exemplo da Uniforja,(filiada a UNISOL Brasil) de Diadema, em discurso durante a plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária, em Brasília, realizada nesta quarta-feira (17/11). Durante o evento o presidente recordou as dificuldades dos trabalhadores da Conforja de organizar uma cooperativa auto-gerida após a falência da empresa.
“A maioria dos trabalhadores não quis a cooperativa, alguns por inocência, outros por sectarismo, outros por ignorância, faziam discursos homéricos contra a cooperativa. Ou seja, de quase 3 mil trabalhadores, nós ficamos com 300 trabalhadores na cooperativa”, indicou o presidente.

Lula ainda lembrou do empréstimo concedido pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para a formação da cooperativa e que atualmente a Uniforja tem mais de 500 cooperados. “Está de vento em popa, produzindo, todo mundo manda e todo mundo obedece, e todo mundo trabalha, porque a cooperativa é um estágio de consciência. Ninguém obriga ninguém a ficar em uma cooperativa”, afirmou Lula.

O presidente também criticou a falta de apoio da imprensa às iniciativas solidárias. Lula chegou a afirmar que “uma briga de duas pessoas na rua tem mais importância do que uma conferência que envolveu 20 mil pessoas neste país para discutir economia solidária”. Sob a administração dos próprios trabalhadores, a Uniforja se tornou referência para o ABCD e a maior fabricante de flanges e conexões de aço forjado da América Latina.

Plenária – Durante o evento o presidente Lula também destacou a importância da economia solidária no país. “Não apenas consolidamos políticas para a economia solidária como conseguimos motivar estados e municípios a criar e ampliar suas políticas para a atividade. Em 2003, apenas quatro governos estaduais e algumas dezenas de prefeituras tinham políticas de economia solidária. Hoje já são 18 estados e centenas de municípios”, afirmou.

Aos participantes da plenária, Lula afirmou que neste ano quer levar a presidenta eleita, Dilma Rousseff, para o encontro de fim de ano que costuma ter com catadores de papel no Bairro do Glicério, no Centro de São Paulo. “Este é meu último ano e se, Deus quiser, levarei Dilma para passar o bastão para ela lá”, disse Lula.

Durante a plenária, o presidente Lula assinou dois decretos. Um deles disciplina o funcionamento do Proninc (Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares). Por meio de parceria entre o governo e instituições de ensino superior, o Proninc buscará desenvolver e fortalecer processos de incubação de empreendimentos econômicos solidários com foco na geração de trabalho e renda.

“Temos 100 universidades no Brasil com incubadoras e estudantes apoiando pessoas pobres das cooperativas populares pelo Brasil inteiro que se incorporaram à economia solidária. E as universidades têm benefício nisso porque muito se aprende ao interagir diretamente com o povo brasileiro”, disse o secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Paul Singer.

O outro decreto institui o Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário, um conjunto de parâmetros para execução de políticas públicas relacionadas à promoção da economia solidária e do comércio justo. Um dos objetivos do sistema é apoiar o processo de educação para o consumo com vistas à adoção de hábitos sustentáveis e à organização dos consumidores para a compra de produtos e serviços de comércio justo e solidário.

O Conselho Nacional de Economia Solidária foi criado em 2003 e é formado por representantes do governo e de entidades que atuam em prol da economia solidária, que é definida como um conjunto de novas práticas de produção e consumo que priorizam o trabalho coletivo e o desenvolvimento local.
* Com informações de Yara Aquino, repórter da Agência Brasil

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