Um dos destaques da Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada – Expofruit em sua 16º edição será a maior participação dos pequenos produtores e da agricultura familiar. Ambos tem muita relação um tema que será debatido na programação da feira com a palestra “Produção Orgânica de Frutas e Hortaliças” e que também contará com expositores que apresentarão o crescimento da produção e do consumo de orgânicos na região. A feira acontece de 13 a 15 de junho, na Universidade Federal do Semiárido – UFERSA, em Mossoró.
A produção orgânica de alimentos no Brasil, segundo a Embrapa, vem crescendo, em área plantada, em média 30% ao ano. O crescimento no consumo acompanha o dos campos, em 2011, a comercialização desses produtos em supermercados cresceu 8%. O tema vem ganhando tanto destaque que terá um pacote de medidas, para incentivar a produção de alimentos orgânicos no Brasil, anunciado pela presidente Dilma Rousseff na Rio+20, conferência mundial sobre o meio ambiente que acontece este mês, no Rio de Janeiro.
No Rio Grande do Norte, como no Brasil, a produção orgânica é formada em sua maioria por pequenos produtores que comercializam seus produtos em supermercados e em feiras de produtos orgânicos. De acordo com o consultor da Milfolhas Consultoria, que presta serviço ao Sebrae e que ministrará a palestra, Antônio Roberto de Moura, a produção orgânica no Brasil é formada por 70% a 80% de pequenos produtores.
O consultor explica que os produtos orgânicos trazem mais benefícios para a saúde, são mais ricos em nutrientes e não poluem o meio ambiente, além de serem produzidos em uma menor área que a produção convencional. “As pessoas que tem conhecimento das vantagens dos orgânicos passam a consumi-los”, garante. Mas apesar de todos esses benefícios os produtos ainda tem um baixo consumo e são considerados caros pela população.
“O custo do orgânico ainda é mais elevado, porque a demora na produção é cerca de 30% maior que no produto convencional. Mas o custo passa a ser ainda maior porque as pessoas adquirem as frutas e os vegetais orgânicos em supermercados, que são os últimos dentro da cadeia de produção. Temos como democratizar o orgânico colocando o consumidor mais próximo do produtor. Em Mossoró, temos uma feira agroecológica que vende produtos orgânicos. Lá encontramos, por exemplo, tomate-cereja por até R$ 5,00 o quilo. Enquanto no supermercado a média de preço do mesmo produto é de R$ 16 a R$ 20”, explica Antônio Roberto.
Na palestra “Produção Orgânica de Frutas e Hortaliças”, que será realizada durante a feira, no dia 14 de junho, das 17h às 18h, na UFERSA, o consultor vai mostrar as diferenças e vantagens do manejo convencional e do orgânico. “Também vou apresentar os diferentes tipos de certificação, já que para ser considerado orgânico é necessário ser certificado e como consegui-las”, adiantou.
Um dos expositores da Expofruit 2012 é a empresa Hortvida, do município de Governador Dix-Sept Rosado, que produz hortaliças folhosas orgânicas e que participa da feira pela terceira vez para apresentar as vantagens da produção orgânica e a certificação da empresa em busca de mais oportunidades de negócios.
De acordo com agrônomo e produtor da Hortvida, Rodrigo Benjamim, que trabalha com orgânicos há dez anos, o principal desafio da área é a falta de conhecimento com relação aos produtos orgânicos. “Em Mossoró, a parte da população que se importa com a saúde e procura o nosso produto corresponde a menos de 1 % da população. Porém, a nossa aceitação tem sido bastante significativa e cada vez mais vem aumentando a procura e a conquista de novos clientes. Para esse ano esperamos um crescimento de 30%”, explica.
O agrônomo aponta as vantagens tanto para o produtor como para o consumidor de se utilizar produtos orgânicos. “As vantagens estão em conservar o meio ambiente. Não utilizamos pesticidas e assim evitamos a contaminação do lençol freático e das pessoas que trabalham na horta, além de que o nosso consumidor se alimenta de um produto saudável e com maior concentração de nutrientes”, afirma.
Rodrigo Benjamim complementa dizendo que na produção orgânica se utiliza nas plantas o que a natureza oferece. “Utilizamos estercos de animais como adubos, inseticidas naturais como o óleo de nim, húmus de minhoca e caldas orgânicas que nós mesmos desenvolvemos”, garante.
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