O Ministério da Educação transferiu entre sexta-feira, 7, e esta segunda-feira, 10, R$ 42 milhões aos 19 estados que aderiram ao programa Projovem Campo – Saberes da Terra. Os recursos são destinados a uma série de ações, entre elas, a montagem das turmas e o início da formação dos coordenadores locais. A verba total para os estados é de R$ 84 milhões. O Projovem Campo – Saberes da Terra é uma ação do governo federal desenvolvida em parceria com as secretarias de educação dos estados e com uma rede de 19 universidades públicas e comunitárias sem fins lucrativos. O programa é dirigido a jovens agricultores com idade entre 15 e 29 anos, alfabetizados, mas que não tenham concluído o ensino fundamental. Com as verbas definidas este ano para o período 2008-2010, o Projovem Campo – Saberes da Terra abre 35 mil vagas para um curso com duração de dois anos.Com a liberação do primeiro recurso, a expectativa de Eduardo D'Albergaria Freitas, especialista em políticas públicas da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), é que os estados organizem as turmas de alunos até dezembro, para que as aulas possam ser iniciadas entre janeiro e março do próximo ano. O especialista explica que o prazo parece longo, mas necessário, porque as secretarias estaduais de educação precisam conversar com os municípios e com os movimentos sociais do campo para selecionar os jovens agricultores.As vagas foram distribuídas entre os estados que aderiram ao Projovem Campo – Saberes da Terra, que incluem os Territórios da Cidadania definidos em 2007 e os 12 estados que participaram do projeto-piloto em 2005. Na região Norte, as vagas são para o Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins; no Nordeste, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia; no Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; no Sudeste, Espírito Santo e Minas Gerais; e no Sul, Paraná e Santa Catarina.Teoria e prática – O curso tem duração de dois anos (2009-2010), ministrado na modalidade educação de jovens e adultos, e integra formação teórica, prática e profissional tendo como eixo a agricultura familiar e a sustentabilidade. A oferta de formação aos agricultores com pouca escolaridade reúne os ministérios da Educação, do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho e Emprego, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria-Geral da Presidência da República.Durante a formação, o aluno recebe um auxílio financeiro de R$ 100, a cada dois meses, que deve ser retirado com o cartão social no Banco do Brasil, mas deve também ter 75% de freqüência para receber o benefício e o certificado. O curso será no sistema de alternância tempo-escola (aulas presenciais) e tempo-comunidade (pesquisa, estudo e prática agrícola), com duração de 2.400 horas, das quais 1.800 horas presenciais. O currículo aborda cinco temas: sistemas de produção e processo de trabalho agrícola; desenvolvimento sustentável e solidário; economia solidária; cidadania, organização social e política pública; agricultura familiar, etnia, cultura e identidade. Além da temática profissional, os alunos vão estudar linguagens, ciências exatas, formação humana e profissional. A Secad vai distribuir sete cadernos aos educadores e cinco aos alunos.A formação será de responsabilidade de 19 instituições selecionadas pela Secad. São dez universidades federais: de Santa Catarina (UFSC), Espírito Santo (Ufes), Mato Grosso do Sul (UFGD), Ceará (UFCE), Paraíba (UFPB), Paraná (UFPR), Minas Gerais (UFMG), Sergipe (UFSE), Alagoas (Ufal), Rondônia (Ufro), Pernambuco (UFPE), Rio Grande do Norte (UFR do Semi-Árido); os centros federais de educação tecnológica (Cefets) do Pará e de Cuiabá; as universidade estaduais da Bahia (Uneb), Maranhão (Uema), Amazonas (UEA), Tocantins (Unitins); e o Instituto Superior de Educação Antônio Freire, de Pernambuco.
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