segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

V FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR DEIXA SAUDADE NO RIO DE JANEIRO



A V Feira da Agricultura Familiar e Reforma Agrária se despede do Rio de Janeiro deixando saudade em quem comprou e em quem veio mostrar a diversidade e riqueza da produção do Brasil Rural Contemporâneo. “Estou muito satisfeita em lembrar que terei na varanda da minha casa um vaso cerâmico produzido na Amazônia”, disse Maria Tereza Gilternian, fluminense de Búzios.

Assim como ela, mais de 300 mil pessoas passaram pela Marina da Glória durante os cinco dias do evento, realizado pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro. Um público interessado por produtos diversificados, culinária orgânica, artesanato regional e roupas criativas fabricadas de modo sustentável fez acabar o estoque de vários dos 550 expositores mesmo antes do encerramento oficial do evento.

João Carlos Moerschberger foi um dos que venderam muito e, no final da tarde deste domingo (30), já não tinha nenhuma peça dos 300 quilos de embutidos, salames, defumados e charque de porco que trouxe de Crissiumal (RS). Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, o produtor obteve cerca R$ 7,5 mil com as vendas de seus produtos. Agora, volta para o Rio Grande do Sul com a certeza de novos negócios por conta dos contatos que manteve com varejistas durante a Feira.

Ao avaliar o evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou que os objetivos propostos foram alcançados: vender produtos, trocar experiências, estabelecer contatos e fechar negociações futuras. “Foi uma relação de encontro e felicidade de todos que passaram por aqui e puderam descobrir o quanto é rica a produção da agricultura familiar e dos assentamentos de reforma agrária do País”, disse o ministro. Cassel ressaltou que muitos brasileiros ainda desconhecem que 70% dos produtos que consomem diariamente vêm das mãos e do trabalho desse segmento produtivo, que representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A V Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária movimentou cerca de R$ 1,6 milhão de vendas diretas e gerou negócios da ordem de R$ 5 milhões em vendas futuras. “Foi muito bom para os agricultores familiares e para os consumidores do Rio de Janeiro”, reforçou Cassel.

Os cinco dias da Feira mudaram a rotina de muitos cariocas, como a de Maria de Fátima Lobo, que, neste domingo, interrompeu seu passeio ciclístico pelo Aterro do Flamengo ao se deparar com a movimentação de pessoas pela Marina da Glória. “Entrei aqui sem pretensão e estou saindo cheia de sacolas.” Maria de Fátima destacou a qualidade dos produtos oferecidos e o atendimento dos expositores. “Eles são ótimos”, resumiu.

A Feira também foi espaço para matar saudade do estado natal. Nascida em Manaus e morando há 30 anos no Rio de Janeiro, Ana Dolores aproveitou para comprar farinha e polpa das frutas típicas do Norte. A filha, Gabriele, preferiu as biojóias e o artesanato nordestino. “Adoramos tudo”, afirmou Gabriele, que não escondeu seu desejo: “espero que a Feira continue no Rio de Janeiro por muitos anos”.




Nenhum comentário: